02/01/2016

6 meses desaparecido

Quando comecei a faculdade as coisas não pareciam tão difíceis como elas se provaram ser nesse segundo semestre. E foi exatamente por isso que nos últimos quatro meses o blog simplesmente hibernou. Quando as minhas tão esperadas férias chegaram, eu pude finalmente voltar a escrever nele (e fazer milhares de coisas que não consegui fazer durante um bom tempo). Como eu ainda tinha muita coisa pra falar e mostrar sobre a viagem para o Chile, acumulei a vontade de falar sobre vários assuntos e, agora, parece que há muita coisa pra falar e que talvez não dê tempo de abordar tudo antes que minhas queridas férias acabem. Entretanto, percebi que era melhor tomar uma atitude e escrever sobre algo, porque me conheço o suficiente pra saber que eu iria ficar pensando no problema e não faria nada para solucioná-lo.

Acho que o primeiro assunto a tratar aqui no blog, depois de todos os posts da viagem, é justamente sobre o que aconteceu depois da viagem, ou seja, sobre o meu segundo semestre de faculdade. Mesmo que seja ano novo e que seja de praxe fazer um post sobre isso, ele vai ter que esperar. Como já disse, esse foi um semestre bem mais difícil e exaustivo, mas foi, também, muito melhor e com matérias muito mais legais, o que fez com que eu me livrasse de algumas incertezas e tivesse mais convicção de que amo o meu curso.

Das matérias que tive nesse último semestre, as mais legais eram Zoologia (de invertebrados), Botânica (algas, briófitas, pteridófitas e gimnospermas), Anatomia Humana e, por incrível que pareça, Histologia. Não por coincidência eram aulas de extrema utilização prática. É incrível a diferença que sinto do começo do ano para agora. Na verdade do meio do ano para cá. Parece que todo o meu jeito de olhar e pensar sobre a natureza e sobre a vida mudou e eu me sinto extremamente satisfeito com isso.

A matéria de zoo e de botânica, que sem dúvidas foram as minhas preferidas do semestre, se completam com as minhas matérias preferidas do primeiro semestre, Ecologia, Evolução e Sistemática. Resumidamente em zoo nós tivemos várias aulas teóricas e práticas sobre alguns dos principais grupos de invertebrados, por exemplo cnidários (águas-vivas), moluscos (caramujo, polvo, etc), annelidas (minhocas), entre outros. As aulas práticas eram ótimas, sendo que a maior parte tinhamos um bom material de estudo, mesmo com grupos que não acontecem no Brasil. Essas aulas renderam, também, algumas fotos bem legais, olha só:




Já na matéria de Botânica (ah, botânica <3) descobri uma paixão que vai além das famosas angiospermas, o que foi ótimo, na verdade. Decidi que pretendo buscar trabalhar um pouco com botânica ao longo da faculdade, para ter certeza de que poderia trabalhar com isso, mas é um ramo pelo qual já tenho muito amor. Infelizmente é uma opinião muito popular na sala, o que talvez dificulte meus planos, mas eu espero que haja oportunidades para todos. A matéria foi, também, uma das minhas melhores experiências com educação de biologia. Tanto as aulas, quanto a forma de avaliação da disciplina que foram simplesmente perfeitas. Em especial (além de uma viagem de campo incrível) um trabalho de coleta e identificação da flórula (a flora de uma pequena região) da própria Unicamp, no qual meu grupo, modéstia à parte, foi o melhor arrasou. Achamos diversas espécies que os professores não esperavam que encontrássemos e fizemos um trabalho muito completo. Fiquei muito feliz com essa matéria e planejo ser monitor dela futuramente.


Já Anatomia e Histologia se completavam muito bem e eram ótimas para saber mais como o nosso corpo funciona. A única coisa ruim das matérias é que elas eram extremamente humanas e não comparativas, como deveriam ser. Isso é resquício histórico da prioridade dada, até mesmo no instituto de biologia, a faculdade de medicina. De qualquer forma eram matérias boas, mas triste que um curso que estude a vida em sua maior amplitude tenha que se focar em apenas uma espécie. Por mais superior que possamos nos achar, somos igualmente evoluídos a todos os outros seres vivos atualmente. Um dos motivos para eu amar evolução, baixar o ego que nossa espécie tem. Voltando ao assunto, como é proibido tirar fotos dos cadáveres, aqui vão algumas fotos das lâminas de histologia.


Enfim, esse assunto rende muita conversa e acho que todo mundo entende que, quando você fala de algo que você ama, você fala e fala e perde até a noção de quanto falou, podendo até ficar chato. Como não quero que esse post fique assim (talvez tenha ficado mesmo assim), vou terminando ele. Queria dizer um pouco de como ter escolhido algo que eu goste acima de algo que me fizesse ganhar ($$$) bem foi uma decisão boa. Por mais que dinheiro seja, infelizmente, mais do que fundamental no nosso sistema, eu não queria, não quero e espero ter a consciência para nunca querer me tornar um escravo do dinheiro. E essa é a moral do post de hoje, que chique brega, né?

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